segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Movimento Superficial não permite o Movimento da Alma

Comumente na nossa sociedade tão dedicada ao fazer, aos atos manifestos, a ser pró-ativos, confundimos o movimento da Vida com os movimentos superficiais de nosso Ego ilusório.

Andamos pela vida como robotizados com a pressa do fazer. Quais animais correndo atrás do rabo, confundimos que estamos nos movendo, vivendo nossas experiências alienantes, fazendo... fazendo... sem parar. Para onde vamos? Do que corremos? Que queremos provar e a quem?

Quando, necessitados de dar uma parada (porque a Vida se encarrega de fazer-nos parar algum dia), nos deparamos com uma DEPRESSÃO, ou a DOENÇA que nos coloca o limite. Nesse momento realizamos que perdemos um tempo precioso, de que? De apenas SER o que precisamos Ser.

Deparamos-nos que perdemos a capacidade de assombro que tínhamos de criança, de sentir, de esvaziar de todos os pensamentos, imagens e conceitos para contatar algo na sua realidade mais profunda. Se não fazemos esse silêncio interno é muito difícil contatar que dentro de nós algo se move e cria um movimento interno... Esse movimento quando contatado tem o efeito de acalmar-nos. Trata-se do movimento de nossa alma, como uma realidade mais profunda e que traz a tona nosso SER.

Lamentável é a situação que nosso Ego ilusório, como uma segunda natureza dentro de nós, criou com seus intermináveis conceitos sobre a realidade que nos distanciam de nosso ser, da percepção da verdadeira realização. E assim, damos voltas ansiosos e deprimidos, com nossa alma contraída.

Vamos vivendo, relacionando-nos conosco, com os outros e a natureza, sem contatar o essencial! Perante a natureza, por exemplo: uma flor... já não mais sentimos seu perfume, seu abrir de asas-pétalas, sua vibração, sua cor. Só vemos a utilidade da flor, sem perceber verdadeiramente a essência da flor.

E para onde vai o movimento de nossa Alma, qual é seu destino? A Vida. E para onde ela se encaminha? Para incluir mais e mais, abarcar, expandir, reconhecer-se no Todo do Ser.

Esse movimento, repetindo a Bert Hellinger, é lento, profundo e provoca PAZ e realização interior.

As nossas almas contraídas dentro de um Ego defendido e ilusório, impedidas de fazer o movimento da vida se deprimem, literalmente, por permanecer presas e estáticas. E esse movimento impedido, se manifesta na superfície como um movimento caricato, ansioso e que não leva a lugar nenhum. Só a correr detrás do rabo. É tão simples, é só ir, que o rabo vem atrás.

Exemplos mil têm no cotidiano de nossas vidas em relação a esses dois movimentos. Serve como inspiração um filme que fala sobre esse despertar num homem, de uma vida na superfície do Ego a uma Vida Real: Sete anos no Tibet.